domingo, 7 de setembro de 2008

Entrevista com o Padre Pio

Em 1974, foi publicada uma obra em italiano, intitulada “Assim falou Padre Pio” (S. Giovanni Rotondo, Foggia, Itália) com o Imprimatur de Dom Fanton, Bispo Auxiliar de Vicenza.
No presente trabalho, extraímos alguns trechos em que Padre Pio falava da Santa Missa:

Padre, o Sr. ama o Sacrifício da Missa?
Sim, porque Ela regenera o mundo.
Que glória dá a Deus a Missa?
Uma glória infinita.
Que devemos fazer durante a Missa?
Compadecer-nos e amar.
Padre, como devemos assistir à Santa Missa?
Como assistiram a Santíssima Virgem e as piedosas mulheres. Como assistiu S. João Evangelista ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício cruento da Cruz.
Padre, que benefícios recebemos ao assistir à Santa Missa?
Não se podem contar. Vê-lo-ás no céu.
Quando assistires à Santa Missa, renova a tua fé e medita na Vítima que se imola por ti à Divina Justiça. Não te afastes do altar sem derramar lágrimas de dor e de amor a Jesus, Crucificado por tua salvação.
A Virgem Dolorosa te acompanhará e será tua doce inspiração.
Padre, que é sua Missa?
Uma união sagrada com a Paixão de Jesus. Minha responsabilidade é única no mundo. (Dizia chorando)
Que devo descobrir na sua Santa Missa?
Todo o Calvário.
Padre, diga-me tudo o que o senhor sofre durante a Santa Missa.
Sofro tudo o que Jesus sofreu na sua Paixão, embora sem proporção, só enquanto pode fazê-lo uma criatura humana. E isto, apesar de cada uma de minhas faltas e só por sua bondade.
Padre, durante o Sacrifício divino, o senhor carrega os nossos pecados?
Não posso deixar de fazê-lo, já que é uma parte do Santo Sacrifício.
O senhor considera a si mesmo como um pecador?
Não o sei, porém temo que assim seja.
Eu já vi o senhor tremer ao subir aos degraus do altar. Por quê?
Pelo que tens de sofrer?
Não pelo que tenho de sofrer, mas pelo que tenho de oferecer.
Em que momento da Missa o senhor sofre mais?
Na Consagração e na Comunhão.
Padre, esta manhã na Missa, ao ler a história de Esaú, que vendeu os direitos de sua primogenitura, seus olhos se encheram de lágrimas.
Parece-te pouco desprezar o dom de Deus?
Por que, ao ler o Evangelho, o senhor chorou quando leu estas palavras: “Quem come minha carne e bebe o meu sangue…”.Chora comigo de ternura!
Padre, por que o senhor chora quase sempre que lê o Evangelho na Missa?
A nós nos parece que não tem importância que um Deus fale às suas criaturas e elas O contradigam e continuamente O ofendam com sua ingratidão e incredulidade.
Sua Missa, Padre, é um sacrifício cruento?Hereje!
Perdão, Padre, quis dizer que na Missa o Sacrifício de Jesus não é cruento, mas a sua participação em toda a Paixão o é. Engano-me?
Não, nisso não te enganas. Creio que tens toda a razão.
Quem lhe limpa o sangue durante a Missa?
Ninguém.
Padre, por que o senhor chora no Ofertório?Queres saber o segredo? Pois bem: porque é o momento em que a alma se separa das coisas profanas.
Durante sua Missa, Padre, o povo faz um pouco de barulho…Se estivesses no Calvário, não escutarias gritos, blasfêmias, ruídos, e ameaças?
Havia um alvoroço enorme.
Não o distraem os ruídos?
Em nada.
Padre, por que sofre tanto na Consagração?
Não sejas maldoso… (Não quero que me perguntes isso…).
Padre, diga-me: por que sofre tanto na Consagração?Porque nesse momento se produz realmente uma nova e admirável destruição e criação.
Padre, por que chora no altar e que significam as palavras que pronuncia na Elevação?
Pergunto por curiosidade, mas também porque quero repeti-las com o senhor.
Os segredos do Rei Supremo não podem revelar-se nem profaná-los. Pergunta-mês por que choro, mas eu não queria derramar essas pobres lagrimazinhas, mas torrentes de lágrimas.
Não meditas neste grandioso mistério?
Padre, o senhor sofre, durante a Missa, a amargura do fel?
Sim, muito freqüentemente…
Padre, como pode estar-se de pé no Altar?
Como estava Jesus na Cruz.
No altar, o senhor está cravado na Cruz, como Jesus no Calvário?
E ainda me perguntas?
Como se acha o senhor?
Como Jesus no Calvário.
Padre, os carrascos deitaram a Cruz no chão para pregarem os cravos em Jesus?
Evidentemente.
Ao senhor também lhos pregam?
E de que maneira!
Também deitam a Cruz para o senhor?
Sim, mas não devemos ter medo.
Padre, durante a Missa, o senhor pronuncia as Sete Palavras que Jesus disse na Cruz?
Sim, indignamente, mas também as pronuncio.
E a quem diz: “Mulher, eis aí teu filho”?
Digo para Ela: “Eis aqui os filhos de Teu Filho”.
O senhor sofre a sede e o abandono de Jesus?
Sim.Em que momento?
Depois da Consagração.
Até que momento?
Costuma ser até a Comunhão.
O senhor diz que tem vergonha de dizer: “Procurei quem me consolasse e não achei”.
Por quê?
Porque nossos sofrimentos de verdadeiros culpados, não são nada em comparação com os de Jesus.
Diante de quem sente vergonha?
Diante de Deus e da minha consciência.
Os Anjos do Senhor o reconfortam no Altar em que o senhor se imola?
Pois… não o sinto.
Se não lhe vem o consolo até a alma durante o Santo Sacrifício, e o senhor sofre como Jesus, o abandono total, nossa presença não serve para nada.
A utilidade é para vós. Por acaso foi inútil à presença da Virgem Dolorosa, de São João e das piedosa mulheres aos pés de Jesus agonizante?
Que é a Sagrada Comunhão?
É toda uma misericórdia interior e exterior, todo um abraço. Pede a Jesus que se deixe sentir sensivelmente.
Quando Jesus vem, visita somente à alma?
O ser inteiro.
Que faz Jesus na Comunhão?
Deleita-se na sua criatura.
Quando se une o Jesus na Santa Comunhão, que quer peçamos a Deus pelo senhor?
Que eu seja outro Jesus, todo Jesus e sempre Jesus.
O senhor sofre também na Comunhão?
É o ponto culminante.Depois da Comunhão, continuam seus sofrimentos?Sim, mas não sofrimentos de amor.
A quem se dirigiu o último olhar de Jesus agonizante?
À sua Mãe.
E o senhor, para quem olha?Para meus irmãos de exílio.
O senhor morre na Santa Missa?
Misticamente, na Sagrada Comunhão.
É por excesso de amor ou de dor?
Por ambas as coisas, porém mais por amor.
Se o senhor morre na Comunhão, continua a ficar no Altar?
Por quê?
Jesus morto permanecia pendente da Cruz no Calvário.
Padre, o senhor disse que a vítima morre na Comunhão.
Colocam o senhor nos braços de Nossa Senhora?
Nos de São Francisco.
Padre, Jesus desprega os braços da Cruz para descansar no Senhor?
Sou eu quem descansa nEle!
Quanto ama a Jesus?
Meu desejo é infinito, mas a verdade é que, infelizmente, tenho que dizer nada e me causa pena.
Padre, por que o senhor chora ao pronunciar a última palavra do Evangelho de São João: “E vimos sua glória como do Unigênito Pai, cheio de graça e de verdade”?
Parece-te pouco?
Se os Apóstolos, com seus olhos de carne, viram essa glória, como será a que veremos no Filho de Deus, em Jesus, quando se manifestar no céu?
Que união teremos então com Jesus?
A Eucaristia nos dá uma idéia.
A Santíssima Virgem assiste à sua Missa?
Julgas que a Mamãe não se interessa por seu Filho?
E os Anjos?
Em multidões.
Padre, quem está mais perto do Altar?
Todo o Paraíso.
O senhor gostaria de celebrar mais de uma Missa por dia?
Se eu pudesse não queria descer do Altar.
Disseram-me que o senhor traz consigo o seu próprio Altar…
Sim, porque se realizam estas palavras do Apóstolo: “Eu trago no meu corpo os estigmas de Jesus.” “Estou cravado com Cristo na Cruz.” “Castigo o meu corpo, e o reduzo à escravidão…”
Nesse caso, não me engano quando digo que estou vendo Jesus Crucificado!(Nenhuma resposta)
Padre, o senhor se lembra de mim na Santa Missa?
Durante toda a Missa, desde o princípio até o fim, lembro-me de ti.
A Missa do Padre Pio, em seus primeiros anos, durava mais de duas horas.
Sempre foi um êxtase de amor e de dor. Seu rosto estava inteiramente concentrado em Deus e cheio de lágrimas. Um dia, ao confessar-me, perguntei-lhe sobre este grande mistério:
Padre quero fazer-lhe uma pergunta.Dize-me filho.
Padre queria perguntar-lhe que é a Missa?
Por que me perguntas isto?
Para ouvi-la melhor, Padre.
Filho, posso dizer-te que é Minha Missa.
Pois, é isso que quero saber Padre.
Meu filho, estamos na Cruz e a Missa é uma contínua agonia.
Autor: São Pio de Pieltrecina

Fraes de São Pio

Palavras do Padre Pio:
Jesus me consolou. Em 18 de abril de 1912, depois de uma luta terrível contra o inferno, a consolação do Senhor me veio depois da Missa: “Ao final da missa, conversei com Jesus para a ação de graças. Oh quanto foi suave o colóquio mantido com o paraíso nessa manhã!… O coração de Jesus e o meu se fundiram. Não eram mais dois que batiam, mas um só. Meu coração tinha desaparecido como uma gota de água se dissolve no mar… - Padre Pio chorava de alegria.- Quando o paraíso invade um coração, esse coração aflito, exilado, fraco e mortal não pode suporta-lo sem chorar…”. Ao Pe Agostinho, 18/04/1912, em “Padre Pio, Transparent de Dieu”, J.Derobert.


“Minha missa é uma mistura sagrada com a Paixão de Jesus. Minha responsabilidade é única no mundo”, disse ele chorando.


“Na Paixão de Jesus, encontrarão também a minha”.


“Não desejo o sofrimento por ele mesmo, não; mas pelos frutos que me dá. Ele dá glória a Deus e salva meus irmãos, que mais posso desejar?”. “A que momento do Divino Sacrifício mais sofreis?”. - Da consagração à comunhão.” “Durante o ofertório?. - É neste momento que a alma é separada das coisas profanas.” “A consagração?”. - É verdadeiramente aí que advém uma nova admirável destruição e criação.” “A Comunhão? Na comunhão, sofreis a morte? - Misticamente, sim. - Por veemência de amor ou de dor? - Por uma e outra: mas mais por amor.” “Sofreis toda e sempre a Paixão de Jesus?”. - Sim, por Sua bondade e Sua condescendência, tanto quanto é possível a uma criatura humana. - E como podeis trabalhar com tanta dor? - Encontro o meu repouso sobre a cruz.” “Como nós devemos ouvir a Santa Missa?”. - Como a assistiam a Santa Virgem Maria e as Santas mulheres. Como São João assistiu ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrificio sangrento da cruz “”. Pe. Tarcísio, Congresso de Udine, 1972.
“A beneficência, venha de onde vier, é sempre filha da mesma mãe: a providência.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“O fim desta vida será o início da eternidade.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Deus fala a quem tem um coração humilde diante dEle, e o enriquece com Seus dons.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Sofro muito porque não posso conduzir todos os meus irmãos a Deus!” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Jesus nos diz que no Céu há mais alegria por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove almas justas que perseveram. Essa afirmação do Redentor é verdadeiramente confortadora para tantas almas desafortunadas que, tendo pecado e se arrependido, querem retornar a Deus.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Muitas vezes o Senhor não nos escuta para não nos tornar mais ingratos.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Quando cair, humilhe-se, proponha-se de novo a submeter-se à vontade de Deus e depois levante-se e siga adiante.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“A profissão de fé mais bela é a que, como um raio, dissipa as trevas da sua alma.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Se Deus permite que você vacile em alguma fraqueza, não é porque te abandonou; ao contrário, Ele está lhe fortalecendo na humildade e na vigilância.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Virgem Maria, purifique minha mente para elevar-me a Deus e contemplá-Lo, adorá-Lo e servi-Lo em espírito e verdade.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Nossa Senhora, minha mãe, coberto de misérias, admiro em vós a vossa imaculada conceição e ardentemente desejo que, por esse mistério, purifique meu coração para que eu possa melhor amar a Deus.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Tema o julgamento de Deus, não o dos homens.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Deus nos ama; prova disso é que tolera nossas ofensas com indulgência.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Se Deus permite que você sofra durante toda a sua vida, fique calmo e seja paciente. Teu amor a Deus será então totalmente gratuito - e isso é próprio dos santos!” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Do que você tem medo? Se Deus ficou na escuridão do Monte Sinai, com relâmpagos e trovões, não deveríamos ficar felizes em saber que estamos perto dEle?” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Fique em silêncio quando puder, pois quando estamos sozinhos Deus fala livremente com nossa alma, e a alma fica mais disposta a ouvir a voz de Deus.” (Padre Pio de Pietrelcina)
“Ainda que o mundo vire às avessas, que tudo fique em trevas, fumaça ou tumulto, Deus estará sempre conosco.” (Padre Pio de Pietrelcina)


A Exaltação da Santa Cruz

Segundo piedosa tradição Santa Helena, mãe do imperador Constantino encontrou a Cruz de Cristo em Jerusalém. Com o termo exaltação, a festa passou também para o Ocidente, e a partir do século VII comemora-se a recuperação da preciosa relíquia por parte do imperador Heráclio em 628; pois a Cruz de Cristo foi roubada 14 anos antes pelo rei persa Cosroe Parviz, durante a conquista da cidade Santa de Jerusalém.Perderam-se definitivamente todas as pistas em 1187, quando foi tirada do bispo de Belém.A glorificação de Cristo passa através do suplício da Cruz. Cristo submeteu-se à humilde condição de escravo e o suplício infame transformou-se em glória perene. Assim a Cruz torna-se o símbolo e o compêndio da religião cristã.A evangelização, efetuada pelos apóstolos é a simples apresentação de Cristo Crucificado. O cristão, aceitando esta verdade, é crucificado com Cristo, isto é, deve carregar diariamente a sua cruz, suportando injúrias e sofrimentos, como Cristo. Tertuliano († 200) atesta:“Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessa ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da Cruz” (De corona militis 3).S. Hipólito de Roma (†235), descrevendo as práticas dos cristãos do século III:“Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se é feito com fé, não por ostentação, mas em virtude da convicção de que é um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da Cruz na fonte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreita para nos condenar” (Tradição dos Apóstolos 42).As Atas dos Mártires, por sua vez, dão a saber que os mártires se persignavam com o sinal da Crus antes de enfrentar a luta final.Oração de São Bento"A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão o meu guia. Retira-te, satanás! Nunca me aconselhes coisas vãs. É mal o que tu me ofereces. Bebe tu mesmo os teus venenos!"Oração de São Francisco"Senhor Jesus Cristo, nós vos louvamos e bendizemos porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo” Porque Jesus morreu na Cruz?Santo Antônio, Doutor do Evangelho: “Porque Adão no paraíso não quis servir ao Senhor (cf. Jr 2,20), por isso o Senhor assumiu a forma de servo (cf. Fl 2,7) para servir ao servo, a fim de que o servo já não se envergonhasse de servir ao Senhor.”"Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras" (1Cor 15,3). Por sua obediência de amor ao Pai, "até a morte de cruz" (Fl 2,8), Jesus realizou sua missão expiadora do Servo Sofredor que "justificará a muitos e levar sobre si as suas transgressões". “Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados” (Is 53,5).“É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam.Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz. Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz.” (Col 2, 13-15)“Quem quiser ser meu discípulo tome a sua cruz, a cada dia, e siga-me” (Lc 9, 13)“Se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto” (Jo 12,24b). Cada um tem a sua cruz.§599 – “A morte violenta de Jesus não foi o resultado do acaso um conjunto infeliz de circunstâncias. Ela faz parte do mistério do projeto de Deus, como explica São Pedro aos judeus de Jerusalém já em seu primeiro discurso de Pentecostes: "Ele foi entregue segundo o desígnio determinado e a presciência de Deus" (At 2,23). Esta linguagem bíblica não significa que os que "entregaram Jesus" tenham sido apenas executores passivos de um roteiro escrito de antemão por Deus. §600 - Para Deus, todos os momentos do tempo estão presentes em sua atualidade. Ele estabelece, portanto, seu projeto eterno de "predestinação" incluindo nele a resposta livre de cada homem à sua graça: Deus permitiu os atos nascidos de sua cegueira [Pilatos, Herodes, doutores, etc.], a fim de realizar seu projeto de salvação. "Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado por causa de nós, a fim de que, por ele, nos tornemos justiça de Deus" (2Cor 5,21). "Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores" (Rm 5,8). Os sofrimentos de cada membro da Igreja contribuem para a redenção dos homens, e garantem a participação de cada um na glória do Ressuscitado.“Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja”. (Col 1, 24)“Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos.” (2Tm 2, 11)Gl 6, 14: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”.O sinal da Cruz é o sinal dos cristão ou o sinal do Deus vivo; “Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes”. (Ap 7, 3).Nossa Senhora das Dores – 15 de setembroNossa Senhora das Dores recebe no colo o filho morto apenas tirado da cruz. Maria está de pé (stabat) aos pés da Cruz. É o momento culminante da Redenção. Cristo sofreu a Paixão; Maria sofreu a com-paixão. “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa”. (Jo 19,25-27) É junto à Cruz que a Mãe de Jesus crucificado torna-se a Mãe do Corpo místico de Cristo, a Igreja, nascido da Cruz. Nós somos nascidos enquanto cristãos, do mútuo amor sacrifical e sofredor de Jesus e Maria.“Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma”. (Lc 2, 34-35)“Faça-se em mim segundo a tua palavra.” Como mãe, Maria assume implicitamente os sofrimentos de Cristo, em cada momento de sua vida. A Pietá de Michelangelo exprime toda a dor da Mãe. As sete dores de MariaA devoção, que precede esta celebração litúrgica, fixou simbolicamente as sete dores de Maria narrados pelo Evangelho: 1 - a profecia do velho Simeão;2 - a fuga para o Egito,3 - a perda de Jesus em Jerusalém;4 - o caminho de Jesus para o Gólgata, 5 - a crucificação e morte de Jesus;6 - a deposição da cruz;7 - a sepultura. O martírio de Maria é o martírio do Redentor.Desde o século XV encontramos as primeiras celebrações litúrgicas sobre a compaixão de Maria aos pés da cruz, colocada no tempo da Paixão ou logo após as festividades pascais. Em 1667 a Ordem dos Servitas, inteiramente dedicada à devoção de Nossa Senhora (os sete santos Fundadores no século XIII tinham instituído a “Companhia de Maria Dolorosa”) obteve a aprovação de celebração litúrgica das sete Dores da Virgem, que durante o pontificado de Pio VII foi acolhida no calendário romano e lembrada no terceiro domingo de setembro.Pio X fixou a data definitiva de 15 de setembro, conservada no novo calendário litúrgico, que mudou o título da festa para uma “memória”: não mais Sete Dores de Maria, mas Virgem Maria Dolorosa.
Fonte: www.cleofas.com.br